quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Um Por Todos, Todos por Um

Como Desenvolver Uma Eficiente Equipe de Louvor
por Monty Kelso

Um das características que distingue o moderno movimento de louvor e adoração ao redor do mundo são as equipes de louvor. A tendência para formar equipes está presente tanto em igrejas pequenas quanto grandes, em ambientes tradicionais ou avivados. Ken Blanchard define uma equipe de louvor assim: "Uma equipe é um grupo de pessoas mutuamente dependentes e comprometidas com um propósito comum, e que escolheram trabalhar juntas para alcançar resultados além do que cada um poderia alcançar sozinha." Por que formar e trabalhar em equipes? Equipes são uma modelo bíblico. Em Êxodo 18:13- 24 nós lemos o conselho que Jetro deu a Moisés para que ele procurasse outros que pudessem ajudá-lo a cumprir sua missão. Nós também não podemos fazer tudo sozinhos.
Jesus e os doze discípulos nos dão outro exemplo. Embora ele tivesse toda a força e poder a sua disposição, ele ainda precisou dos doze para serem parte do seu ministério. Quando nós tentamos fazer as coisas sozinho e não formamos equipes, o resultado final é um desgaste e falta de disposição de continuar, vencidos pelo cansaço. Muitos líderes de louvor derrubam seus próprios ministérios porque mantém tudo em torno de si mesmos e não estão dispostos a dividirem responsabilidades com uma equipe.
Nos primeiros anos de meu ministério, quando começamos na Igreja da Comunidade Coast Hills na Califórnia, no primeiro andar, eu não entendia o valor de uma equipe. Eu pensava que ser um líder significava trabalhar duro e ser responsável por tudo. Naquela época eu não entendia que minha meta como líder era ajudar a formar outros líderes e não ser um faz-tudo no ministério. Mas a partir do estudo das escrituras e de palestras de líderes mais amadurecidos, eu aprendi que meu papel não está em ficar à frente do ministério, mas identificar aqueles que podem ministrar e instrumentalizá-los para serem líderes efetivos. Hebreus 10:24-25 é uma de minhas passagens bíblicas favoritas: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima."

Características de Uma Equipe de Louvor Saudável

Como funciona uma boa equipe de louvor e como elas se parecem? Consideremos algumas características de equipes saudáveis.

1. Equipes saudáveis procuram resultados em equipe.
Não há nenhuma prima donna. Todos são essenciais para a boa eficiência da equipe. Cada membro da equipe é um contribuinte para o resultado final, e isso significa honrar e glorificar o nome de Deus. Fazendo assim, a equipe experimenta sinergia, uma situação na qual o produto final é maior que a soma das partes. A maneira como os gansos se formam quando voam é um bom exemplo de sinergia. Você sabia que quando os gansos voam em formação eles aumentam em 71% o alcance de vôo do que quando voam individualmente? Gansos entendem o valor de trabalho de equipe!

2. Equipes saudáveis são comprometidas com um propósito comum.
Seus membros têm visão, valores e metas comuns. Estas são as coisas que unem uma equipe. Um enfoque compartilhado com uma meta comum mantém uma equipe em sincronia e na mesma direção. Isto é fácil de esquecer quando se está no calor da atividade, por isso os líderes têm que lembrar constantemente ao grupo os propósitos comuns, ajudando-os a entender sua missão. Uma visão é aquilo que nossos olhos vêem antes de acontecer, e para o qual trabalhamos para que se torne realidade.

3. Equipes saudáveis compartilham responsabilidades pelo resultado final.
Isso é chamado interdependência; todos nós dependemos um do outro mas todos somos responsáveis para realizar nossas metas de forma coletiva. Cooperação é fundamental e a falta dela não deixará a equipe ser bem sucedida. A responsabilidade é pessoal e nos faz preocupados um com o outro quando há alguma falha no estilo de vida e na disciplina espiritual.

4. Amor e graça prevalecem em equipes saudáveis.
Nós temos que nos lembrar que somos pessoas em processo, longe da perfeição. A Bíblia nos ensina a amarmos uns aos outros e procurarmos os melhores interesses na outra pessoa. Significa que nós devemos perdoar um ao outro quando falhamos e cometemos erros. Amor e graça prevalecem em um ambiente no qual nós oramos uns pelos outros .

Como Tudo Começou
Quando nós começamos nosso ministério de louvor e adoração na Igreja em Coast Hills, nós aprendemos que há vários passos importantes para o desenvolvimento de equipes de adoração saudáveis.

1. Sempre seja claro.
Nós temos que nos perguntar, "O que nós queremos realizar?" Muitas vezes alcançar aquela visão que Deus lhe deu significa quebrar com o modelo pré definido de forma que as pessoas possam ver a equipe de louvor como algo novo, ao invés de apenas uma adaptação de um grupo já existente ou apenas um outro programa. Definindo uma equipe desta maneira, ajudamos aos outros a verem-na como algo especial. Naqueles primeiros dias em Coast Hills, nós fomos duros com a equipe para que expressassem sua autenticidade, propósito e excelência o que resultou em música que moveu os corações e mentes das pessoas.

2. Oriente os novos membros para a missão e os valores da equipe.
Nós descobrimos que quando novos membros chegavam para se filiar a equipe eles precisavam de ajuda para trabalhar as idéias preconcebidas que traziam. Nosso desafio maior eram os cantores e líderes de louvor com experiência prévia em outras igrejas. Nós percebemos que faltava dinamismo, originalidade estilística e habilidade para se conformar à equipe. Assim nossa orientação incluía ajuda para que desenvolvessem uma abordagem mais desenvolta e natural quando dirigiam a música. Nós nos apoiamos nos membros que possuíam a visão correta e expressavam a forma de louvar que nós estávamos procurando. Mas eles também tiveram que se dispor a treinar outros e eventualmente deixar que outros ocupassem seus lugares à medida que fossem evoluindo em suas capacidades.

3. Faça entrevistas antes das apresentações.
Eu dou para os novos membros que querem fazer parte da equipe, um questionário de liderança que me ajuda a conhece-los. Na entrevista explico que nós somos uma EQUIPE de louvor e adoração, e que eles precisarão cumprir algumas exigências para efetivamente contribuírem. Entre essas exigências estão ter um compromisso de fé, um estilo de vida e uma adequada situação familiar. Dessa forma, esses novos membros podem decidir se esta é a melhor atividade que eles podem fazer para servirem na igreja.

4. Tenha controle das apresentações.
Em uma apresentação nós podemos saber se os novos membros da equipe têm capacidade de contribuir de fato para a equipe. Assim, eu crio o ambiente certo para a apresentação. É preciso dar condições para que os novos membros sejam bem sucedidos, por isso é importante dar-lhes tudo o que for necessário para que eles façam o melhor. Eu normalmente incluo outros mais experientes na apresentação para deixar os novos mais seguros. Nós começamos com partes fáceis para que eles se sintam confortáveis, então aos poucos vamos orientando para uma performance mais maximizada. Dessa forma eu tenho certeza de que posso testar suas forças e limitações. Eu quero, ao mesmo tempo, encorajar e ser verdadeiro durante todo o processo de seleção, cuidando para não construir falsas esperanças.

5. Tome decisões mas não assuma compromissos.
Nós tentamos sempre elevar nossos padrões, particularmente com respeito a assuntos pessoais e estilo de vida, mas também com respeito a capacidade musical. Eu tento ser firme quando eu comunico nossos padrões. É mais importante ser específico sobre por que alguém não está qualificado e o que eles poderiam fazer para utilizar melhor seus talentos. Assim, sempre que nós podemos, nós oferecemos sugestões sobre outras áreas na igreja onde eles podem servir usando seus dons específicos.

Liderando uma Equipe de Louvor

Uma vez você formou uma equipe capaz de compartilhar a visão e o compromisso de liderança, todos deveriam entender a função dessa equipe, tanto a liderança da igreja quanto os próprios membros da equipe. Como líder de equipe, minha responsabilidade é fazer com que os membros da equipe usem bem o tempo que têm para servir e colocá-los no melhor lugar onde podem desenvolver suas habilidades. O propósito primário de nossa equipe é prover música para os cultos de fim de semana. Outras oportunidades podem surgir para a equipe realizar, mas nem todas elas preenchem o propósito principal da equipe.
Existem outros cinco importantes pontos que devem ser seguidos para liderar e manter eficiente uma equipe de louvor:

1. Estabeleça a forma que melhor cumpre a função de sua equipe.
Este item é de fundamental importância quando se fala em se comprometer em determinados horários e períodos. No início de meu ministério em Coast Hills, nós todos éramos ou recém casados ou solteiros. Nós ansiávamos por passar longo tempo juntos ensaiando. Tempo não era um problema. Mas agora nós estamos em uma fase diferente da vida, e nós precisamos fazer ajustes. Assim, por exemplo, houve uma época em que nós tivemos três equipes vocais diferentes. Agora, com menor disponibilidade de tempo nós achamos melhor formar um pool e colocar os cantores em rodízio no qual eles ensaiam nas semanas em que vão cantar. Para não perder a comunhão da equipe, eu programo encontros uma vez por mês para revisar uma música nova, discutir os principais compromissos que temos pela frente ou simplesmente nos divertirmos.

2. Identifique os líderes.
Parte de minha responsabilidade como líder de equipe é desenvolver outros líderes que continuarão o trabalho e compartilharão a responsabilidade de liderar outros, continuamente. Assim eu preciso conhecer bem as pessoas, entender seu caráter, seu desenvolvimento espiritual, suas paixões, seus talentos. Para isso eu passo algum tempo com eles em grupos pequenos. Assim, eu cuido e invisto neles como líderes. Em nosso ministério eu trabalho através de "pessoas chaves" que dirigem outros grupos auxiliares como instrumentistas, equipes de teatro e de coreografia.

3. Mantenha o objetivo bem claro.
Para manter uma equipe avançando, o líder precisa subir no helicóptero e, do alto, dizer às tropas no solo o que está à frente. Eu tenho que constantemente reforçar por que nossa equipe faz o que faz e como isto ajuda a igreja como um todo. Uma maneira de fazer isto é ter certeza de que eles estão vendo o fruto do seu ministério. Nós compartilhamos cartas e comentários que recebemos das pessoas. Nós também precisamos mantê-los bem informados sobre futuras oportunidades e desafios, assim eles começam a ver além da rotina de semana a semana.

4. Crie um lugar onde se possa desenvolver a comunhão.
Faça reuniões mensais ou bimensais onde as pessoas possam estar juntas, sem tarefas a serem cumpridas, apenas para sentirem que são um grupo. Nosso retiro anual que dura um fim de semana é um dos destaques de nossa atividade. Nós também visitamos outras igrejas e assistimos palestras para ter novas idéias e ver outras equipes atuando.

5. Cuide de sua equipe.
Um líder eficiente preocupa-se com as pessoas tanto quanto com as tarefas. Eu preciso ter certeza de que eu tenho tempo para estar com cada membro da equipe um a um. Eu quero conhece-los para além do que eles fazem quando estão em equipe, saber o que eles são como indivíduos. Eu envio muitas notas de agradecimento para meus companheiros de equipe para que eles saibam que eu reconheço a contribuição deles e, freqüentemente, eu os convido para almoçar para conhece-los melhor.

Para Terminar
Conforme o tempo passava em meu ministério eu descobri que eu precisava deixar minha zona de conforto e assumir efetivamente a função de líder de uma equipe de louvor, criando equipes e formando novos líderes. Isto não veio naturalmente para mim, mas as recompensas foram gratificantes. Eu passei a ter mais tempo para desenvolver meus próprios dons de produzir e ensinar, como também focar em outras coisas importantes como o tempo gasto com minha família. Ainda hoje é, às vezes, uma luta, mas na maior parte das vezes eu evito ser atropelado pelo excesso de afazeres e pelas urgências, e mantenho o foco no objetivo principal da equipe e na missão de nossas várias equipes do ministério de louvor. Ensinando e instrumentalizando outros para continuar a liderança, eu posso realizar mais com menos energia e posso desfrutar meu tempo de trabalho.

Monty Kelso é o Diretor de Comunicações Criativas na Comunidade de Coast Hills em Aliso Viejo, Califórnia, e participa do grupo de louvor Maranatha! Singers e Maranatha! Praise Band. Este artigo é uma adaptação de uma palestra constante do Workshop de Líderes de Louvor.

sábado, 3 de novembro de 2007

13 de julho - Dia Internacional do Rock

Juliana Dias





"Ao diabo só foi dada a paternidade da mentira", Marcão - Fruto Sagrado

Dia 13 de julho é comemorado o Dia Internacional do Rock, que completa 50 anos em 2004, sendo um dos gêneros musicais mais polêmicos do planeta. No Brasil, ele chegou por volta dos anos 50 e 60 e, a partir da década de 80, os evangélicos começaram a escrever a história do rock gospel. Sob o estigma do diabo ser o "Pai do Rock”, o estilo esteve fora da Igreja por muito tempo, enquanto explodia do lado de fora, arrebatando multidões. O slogan “Sexo, drogas e rock’n roll” representava o desejo de liberdade da juventude inspirada em Woodstock. Mas por outro lado, jovens cristãos se opuseram a esta condição e usaram a música para imprimir mensagens evangelísticas, que traziam questionamentos sobre a fé, vida, valores, princípios morais e espirituais. Entre as canções que marcaram esta época estão “Palácios” (Rebanhão) e “Extra, Extra” (da banda Katsbasrnéia). O som pesado dos metais trouxe uma contribuição significativa para a música cristã, o evangelismo e o comportamento dos jovens.

"É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude", Jean Carlos - Oficina G3

A geração da década de 90 continuou o movimento liderado pelas bandas Oficina G3 (SP) e Fruto Sagrado (RJ), que emplacaram no cenário gospel e conquistaram a juventude evangélica. Para Marcão (foto), vocalista do FS, o rock trouxe uma nova alternativa tanto para as composições como para a execução de antigas músicas congregacionais; e também mais descontração na liturgia do louvor, ajudando a libertar alguns grupos daqueles padrões engessados e definidos como sacros. Segundo ele, à medida que o rock foi sendo utilizado em retiros, acampamentos e trabalhos evangelísticos, a igreja foi agregando hábitos como bater palmas e dançar, além de utilizar instrumentos como guitarra e bateria. Jean Carlos(foto), tecladista do Oficina, concorda com Marcão e acrescenta: “É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude. Essa inquietação foi importante para os jovens”. Para o tecladista, o rock é uma arma para falar do que ele acredita usando seu talento musical. O roqueiro PG, que prepara seu primeiro CD solo, diz que sempre viu o estilo como mais um ritmo para adorar ao Senhor. Ele completa dizendo que os jovens são atraídos pela espontaneidade do rock, e as igrejas têm compreendido que é uma forma de aproximá-los de Deus.
"As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor", PG

O comprometimento com Deus, o talento e o profissionalismo desses roqueiros de Cristo, que já estão na estrada há mais de 15 anos, tem influenciado jovens a formarem suas bandas e, assim, continuarem abrindo caminho para o rock gospel. “Eles fazem rock de qualidade com harmonia e arranjos. É bom que jovens e adolescentes se interessem para influenciarem outros com a mensagem impactante do Evangelho", encoraja Jean. Para os iniciantes, Marcão dá o seu recado: “Não negociem os princípios da Palavra de Deus; se esmerem enquanto músicos, tendo como prioridade o estudo da Bíblia; sejam autênticos, criativos, utilizando influências sem imitá-las; tenham conhecimento amplo de diversos assuntos para fugirem do óbvio, do lugar comum, das letras medíocres!; retenham de tudo, apenas o que for bom; não se iludam com os holofotes, com o falso glamour do palco, do assédio e dos elogios. É possível ganhar o mundo, vender muito CD, ficar famoso e perder a alma mesmo estando "dentro" da igreja ou num "show-gospel". Por isso, não percam Jesus do foco, do alvo, do tom”, aconselha. Já PG (foto), recorre à tradução da expressão rock’n roll – pedras rolando – para explicar a importância do gênero: “As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor. Fazemos rock com liberdade, responsabilidade e autoridade na Palavra de Deus”, finaliza. Parabéns ao roqueiros que têm firmado a sua adoração na rocha, que é Jesus e impactado sua geração com o poder do Evangelho.


12/07/2004

domingo, 14 de outubro de 2007

Meu relacionamento com Deus

Tenho lido muitas coisas além da Bíblia nesses meus quase 20 anos de vida transformada, digo, de vida em transformação. Certamente estamos num processo diário de transformação, que culminará no grande dia em que seremos transformados definitivamente, para estarmos e vivermos na real, concreta e plena vida com Deus. Não que não a vivamos enquanto estamos aqui na Terra, mas sem dúvidas, nada pode ser comparado àquele grandioso dia.
Juntamente com essas várias leituras tenho as pregações semanais, por vezes 4 a 6 dessas por semana, das quais estou presente e participo. Isso só pra referenciar um patamar de captação de informações a respeito das coisas de Deus, e sobre o próprio Deus.
Deus tem os seus mistérios e sua maneira toda especial de fazer as coisas. E por mais que nos esforcemos para compreender ao máximo o que pensa Deus sobre as mesmas coisas que pensamos, creio eu, que não chegaremos a 50% do que realmente Deus pensa sobre as mesmas coisas. Acho mesmo que Deus é super generoso e misericordioso conosco. Não sabemos nem mesmo como orar...
Pois bem, essa breve introdução foi apenas para estabelecer uma certa relação entre as coisas que penso e digo, em relação com as informações que tenho coletado nesse mesmo período.
Parafraseando minha esposa, que por vezes me diz:
“...você vê diferente as coisas de Deus”
“...é que você não nasceu no evangelho, por isso acha que tudo é assim”
“...não, as coisas não são assim”...

Minha esposa é realmente uma raridade de mulher...creio mesmo que está bem próxima da “mulher virtuosa” como a palavra de Deus diz. Eu realmente agradeço a Deus pela esposa que me deu e, sinceramente e com todo respeito às demais irmãs e mulheres, não vejo como existir uma parecida.
Mas o meu assunto não é sobre mulher virtuosa ou sobre minha esposa, e sim sobre como me relaciono com Deus.

Então tentarei dizer um pouco sobre como me relaciono com Deus.

São tantas as situações pelas quais passamos em nossas vidas, que seria impossível tentarmos lembrar de cada uma delas para fazermos uma comparação de como nos relacionamos com Deus nesses momentos. É claro que reconheço Deus como o verdadeiro Deus, o único Deus, criador de todas as coisas. E em Jesus, seu filho unigênito, nosso Senhor e Salvador. Mas também os reconheço como um único Deus e como um Deus trino também, pois o Espírito Santo é o terceiro.
Declarado todo o reconhecimento da majestade e senhorio de Deus sobre minha vida, a Ele seja toda a honra, glória, poder e louvor, e tudo mais que possamos lhe oferecer.

O que me impulsionou a escrever sobre esse assunto não foi a minha esposa e seus comentários, mas sim um artigo publicado na internet sobre tratar a Deus de “você” (segunda pessoa do singular).

A palavra de Deus nos mostra o quão poderoso, majestoso, real, senhor...Ele é. E de como e quanto o devemos louvar e adorar. Sei mesmo, e por experiência própria o quanto Deus é digno de louvor e adoração. Minha vida tem sido uma bancada de experiência, na qual posso ver as maravilhosas transformações, milagres e intervenções divinas. Sou a própria testemunha das infinitas misericórdias de Deus, e por isso também eu O louvo e O adoro.
Mas esse amor com o qual Deus nos amou primeiro está referenciado de várias maneiras, sendo uma delas como o amor de um pai.
Se tentarmos ajustar os conceitos e as relações de um pai com seus filhos em diferentes épocas, períodos e lugares veremos que esses ajustes não serão nada fáceis, praticamente impossíveis. Uma vez que o próprio conceito (entidade psíquica
abstrata e universal que serve para designar uma categoria ou classe de entidades, eventos ou relações; os elementos ou atributos que definem alguma coisa) muda de acordo com algumas variáveis, e mesmo com várias variáveis ao mesmo tempo. Parece meio filosófico, mas é apenas uma constatação simples.
Vejamos:
Considero-me um “pai ocidental moderno” (contemporâneo do século XXI). Mas se até mesmo entre meus amigos, também pais ocidentais modernos, eu encontro divergência sobre qual deve ser a conduta ética, moral e espiritual para com nossos filhos, e mesmo dos filhos para com seus pais, imaginemos então o tamanho do abismo em se tratando de “pais orientais antigos” (contemporâneos do AT)?
Ainda assim podemos ver o quão maravilhoso é o nosso Deus quando nos trata como filhos, pois para Ele não há espaço de tempo ou espaço. Seus padrões são eternos, e mesmo com infinita distância entre os conceitos de Deus e os nossos, pois Deus já os tinha antes da fundação do mundo, assim eu creio, eles são totalmente contemporâneos nos dias de hoje, no século XXI. O que mudou e ainda continua mudando são os nossos conceitos sobre todo contexto da vida. De acordo com as variáveis citadas, mudamos de pensamentos, opiniões, padrões de conduta etc. Não podemos tomar as escrituras ao “pé da letra”, pois em muitos casos a conotação e aplicação tinham abrangência temporal, étnica e/ou geográfica/regional.
Assim também vejo em relação ao tratamento, que por vezes, damos a Deus. É inegável o respeito, reverência e temor que devemos ter pelo nosso Deus. Ele é tudo para nós!
Por outro lado, creio eu, que Deus procura e quer ter um relacionamento íntimo com seus filhos.
No início Adão se reportava a Deus com o pronome tu. Seria isso uma ofensa?
Não creio. Se nem mesmo Deus se manifestou contrário, quem sou eu para o dizer?
Jesus nos considera e nos chama de amigos (João 15:14-15). Normalmente não tratamos os nossos amigos de “senhor”. E também não creio que seja desrespeito, pelo menos a partir dos anos 60, os filhos tratarem seus pais pela segunda pessoa do singular (tu/você).
Um exemplo bem palpável aqui no Brasil, mais especificamente no Sul do Brasil, é o uso constante do pronome “tu”. Essa seria uma das variáveis regionais que dão sustentação para o uso normal desse pronome no tratamento de um filho para com o seu pai. Os cariocas (naturais da cidade do Rio de Janeiro) usam mais “você”, ou praticamente não utilizam o “tu”.
Se vemos Deus apenas como Senhor, é bem provável que nossa relação com Ele tenha alguma dificuldade ou barreira no sentido de nos aproximarmos dEle; de sermos mais íntimos. Em qual relação de senhor e servo há intimidade?
Em João 15:15 o próprio Jesus diz que já não nos chama de servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Se o servo não sabe o que faz o seu senhor, certamente não existe intimidade entre eles.
Acredito que se queremos ter mais intimidade com o Deus, que é Senhor mas que também é Pai e Amigo, devemos derrubar as barreiras que impedem ou dificultam essa intimidade. E vou mais além, e mais profundo. A Palavra de Deus nos compara (a igreja) como noiva de Cristo. Se não há intimidade de relacionamento, me referindo no sentido de tratamento, entre um noivo e sua noiva, como poderão se conhecer com mais profundidade?
Não quero aqui levantar nenhuma doutrina a esse respeito, mas apenas dizer que vejo essa temática por um prisma bem simples. Quero ter mais intimidade com Deus, quero conhecê-lo mais e melhor. Quase não me dirijo a Deus utilizando o pronome você, mas de nenhuma forma me sentirei um herege se assim proceder.

Marco Tullio Azevedo Juric

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Culto "Evangelístico" ou de "Adoração"

André Luiz M. Guimarães (REMAI)





Talvez esse seja um assunto que já tenha sido muito discutido em sua igreja, ou pode também ser um questionamento seu ante a tantos novos conceitos que temos recebido de muitos homens e mulheres de Deus em todo Brasil.
Gostaria que o texto abaixo fosse lido e também refletido... Em nossos dias temos ouvido um grande clamor de Deus acerca das vidas que estão se perdendo, e antes de entrar no assunto do título, gostaria de lançar uma pergunta no teu coração: "Você tem sido um discípulo de Jesus? Tem imitado o mestre em todas as coisas? Tem procurado ser à imagem e semelhança dele?. Agora, talvez você já esteja com uma "pulga atrás da orelha" e pode também estar se perguntando: "Onde esse cara pretende chegar?". O cerne da questão está num grande princípio que foi ensinado por Jesus: "O filho só pode fazer o que vir o Pai fazendo...". Desta forma, um filho espiritual se parecerá muito com o seu pai espiritual. Se somos espirituais, aqueles que ganhamos pra Cristo serão espirituais, pois eles se espelharão em nós. Podemos até citar Paulo neste momento:"sede meus imitadores, como eu sou de Cristo". É claro que alguns se perdem, e se o próprio Jesus foi traído, o que esperar de nós?

Presença Manifesta de Deus!

Sonho com um tipo de Culto onde a presença e unção do Espírito Santo seja tão marcante na igreja e nas nossas células, a ponto de não precisarmos de muitos métodos e esquemas pré-elaborados para a realização de nossos cultos. Desta forma nos tornaremos auxiliadores do Espírito Santo na obra que Ele quer fazer. Mas porque isso não acontece no nosso meio? Pergunto muito ao Pai: "Senhor, se eu não estou atraindo a tua Presença como eu deveria, o que falta em mim? Sede? Fome? Santidade?
Creio que a melhor forma de evangelismo é aquela em que as pessoas são impactadas pela presença de Deus, e não pelo estruturas de reuniões que criamos.
Creio que o maior anseio de todo jovem hoje é encontrar algo que preencha as suas vidas, e a fim de cumprir esse objetivo em suas vidas, eles estão dispostos a ir além da razão pra encontrar tal resposta... basta olharmos em volta e observarmos o vasto número de jovens que tem se interessado por ocultismo, magia negra, nova era, espiritismo, satanismo... sem contar outros tipos de fuga: drogas, sexo casual, sexo virtual, e outras coisas mais...
Ouvi de um irmão de nossa equipe um relato sobre o Avivamento de Gales que iniciou em 1904 no País de Gales. Este avivamento foi liderado por Evan Roberts, um jovem de apenas 26 anos, que também tinha em seu coração o mesmo anseio que muitos tem hoje: que Deus marcasse sua geração. Por esse propósito ele começou a orar por avivamento desde os 13 anos de idade. Tempos antes do avivamento iniciar, ele pediu que o Senhor pudesse lhe dar 100.000 almas. O avivamento chegou. Aconteciam cultos de avivamento todos os dias da semana. Em muitos deles não havia nem pregação. Eram cânticos e oração. E as pessoas iam sendo impactadas e salvas pela presença de Deus. Em menos de 2 meses de avivamento, já haviam na região 70.000 novos convertidos, que não se chegaram a Deus por causa de uma pregação eloqüente ou devido à uma mensagem evangelística de uma música de rock gospel. Se converteram por causa da densa presença de Deus em seus corações.
Sabemos que Deus está em todo lugar. Mas sabemos também, a partir de relatos do velho e novo testamento, que existiam certos momentos onde os sacerdotes não conseguiam entrar no templo por causa da Presença Manifesta de Deus. Algo que gosto de citar muito é o que ouvi de Tommy Tenney, no seu livro "Caçadores de Deus": "Sou grato pela unção, mas agora sei que Deus tem muito mais para nós: Ele mesmo. Ao invés de ficar buscando a unção, devíamos buscar a manifestação da presença e da glória de Deus.(...) A unção capacita a carne, e por isso cantamos ou pregamos melhor. Mas a "Glória" a consome! Que seja esta a sua busca: a glória de Deus! (...) Como você lida com a santidade e a glória de Deus? Até hoje, tudo tem sido feito do nosso "jeito", e Deus não vai permitir isto mais."

Buscando a Intimidade com Deus!

Onde você deseja estar daqui 1 ou 2 semanas... daqui 1 ou 2 meses ou até anos? Eu sei onde eu quero estar!!! Quero estar num lugar de excelência que Deus tem pra nós em todas as coisas: na adoração, intimidade, almas, partir do pão, poder de Deus, fluir do Espírito Santo... algo mais genuíno do que aquilo que vivenciamos hoje...algo que seja fruto de um avivamento que começa no nosso quarto... nas nossas casas... no nosso coração...
Muitas vezes perdemos muito tempo com discussões que não nos leva ao ponto que Deus quer nos colocar: a rendição total àquilo que Ele deseja fazer no nosso meio... Muitas vezes perdemos mais tempo ficando chateados com nossos pastores e líderes porque não sentimos essa presença em nosso meio, e gastamos muito pouco tempo em jejum e oração: a nossa busca particular. Quando fazemos isso, é como se os estivéssemos culpando por não termos o que gostaríamos de Deus em nossos cultos. Acontece que vou te contar uma novidade: a responsabilidade é de cada um de nós!!! Começa com a nossa fome... começa com a nossa sede de Deus.
Um alerta!!! Se você é uma pessoa que, como eu no passado, tem vivido de acampamentos em acampamentos. Tem recebido muito de Deus através de outros homens e mulheres de unção, e fica esperando uma próxima oportunidade pra ficar "cheio de Deus" novamente. Então você não é um discípulo de Jesus... você é da multidão que só estava com ele quando realizava milagres, curas e prodígios, quanto muito você pode até ser um seguidor ocasional... mas nunca um discípulo. Pois o discípulo sabia o tempo todo onde é que o mestre estava, e quando se perdia do mestre, não perdia tempo e já ia logo procurá-lo. Os discípulos tinham uma comunhão dia-a-dia com o mestre.

O que falta então???

O que as pessoas mais estão precisando hoje não é de uma piadinha legal,músicas agitadas, uma ilustração impactante, ou um apelo que toque suas emoções... o que elas estão precisando é da presença de Deus... e isso eu só posso transmitir se estiver cheio dessa presença...
Daqui pra frente, antes de perguntarmos como estão as nossas igrejas, vamos perguntar a Deus como está a nossa vida. Temos sido um manancial de águas vivas ou um sepulcro caiado? Temos sido legítimos seguidores ou inveterados fariseus?
Ouvi recentemente de minha pastora que tudo o que fazemos em nossa vida sem pedir a direção de Deus é pecado!!! Realmente fui muito edificado. Pois muitas vezes as coisas parecem ser boas em si mesmas e talvez até sejam vontade de Deus, mas ainda não é o tempo de Deus. E quando fazemos o que Deus quer no tempo errado, atrasamos o cumprimento das promessas de Deus em nossas vidas. Estejamos então sempre perguntando o que podemos fazer e creio que se o nossos corações estiverem limpos Deus se manifestará em nós e através de nós, e não mais teremos que criar fórmulas ou conceitos de cultos, mas os cultos serão uma manifestação da presença de Deus em todo instante que estivermos ali!!!
Um abraço a todos e tenham uma ótima semana.


(Ilustração: "The Emerald Throne of Almighty God" usada por permissão de Pat Marvenko Smith, copyright 1992. http://www.revelationillustrated.com)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Desenvolvendo uma equipe de louvor...continuação

...continuação
NÃO DÊ DESCULPAS ESPIRITUAIS

Há alguns anos havia um “slogan” dos Computadores MacIntosh que dizia o seguinte: O fácil é difícil. O que o anúncio queria comunicar era que é difícil fazer algumas coisas complicadas parecerem fáceis. É o mesmo no que diz respeito a liderar a adoração. As pessoas vêem um Eddie Espinosa ou um Randy Butler e pensam: “Eu posso fazer isto também. Não parece ser difícil.” Eles não imaginam a realidade.Outros pensam que um bom líder de louvor nunca ensaia, mas simplesmente “flui com o Espírito.” A verdade é: Não é difícil responder a direção do Espírito, se você está musicalmente preparado. É fácil sentir-se desencorajado quando a banda não sabe o acorde correto na música ou até mesmo a letra. Se meu trabalho fosse somente “fluir” na adoração, haveriam tantos erros que certamente a banda não conseguiria adorar de coração.

DÊ PEQUENOS PASSOS

Talvez para alguns, elevar a qualidade de seu grupo pode significar simplesmente que você vai fazer uma lista das músicas que serão tocadas, distribuir uma cópia para cada membro da banda, então todos saberão em que direção seguir. Para outros, pode significar que você vai precisar gravar sua banda tocando e observar o envolvimento de cada instrumento, e analisar os sons e padrões de ritmos. Para outros pode significar que os vocalistas devem fazer aulas de canto, ou deverão ter ensaios separados.
Um recurso muito útil, que lhe dará uma idéia básica sobre arranjos em um contexto de equipe de louvor, é o vídeo “Dinâmicas para Equipes de Louvor” com Randy e Terry Butler, que brevemente estará disponível no Brasil através do Vineyard Music Brasil.

AS DIFICULDADES DOS ENSAIOS

Para que um ensaio seja um tempo produtivo, os membros da banda devem ser pontuais e estarem prontos para trabalhar duro. Eles devem ser rápidos ao receberem instruções do líder, contribuírem com novas idéias e então tentarem novamente aquele arranjo até que todos estejam prontos. Este processo envolve muitas repetições de pequenas partes de cada música, até que todos sintam-se preparados.
Não se engane sobre este assunto, um bom ensaio significa trabalho duro. Requer que todos estejam intensamente focalizados nos objetivos e tenham um espírito de cooperação. Todos devem dedicar-se mais quando a coisa começa a dar errado. Também têm que ter paciência quando um dos membros não consegue pegar sua parte, e por isso os outros têm que repassar a mesma parte várias vezes. Isto tudo faz parte de sermos uma equipe.

AUDIÇÃO PARA NOVOS MÚSICOS

Antes de vir para a Vineyard de Anaheim, eu nunca havia organizado uma audição formal para incluir novos músicos ao ministério de louvor. As igrejas nas quais estive sempre eram pequenas o suficiente para que eu pudesse avaliar a habilidade dos músicos de maneira mais informal. Mas a Vineyard de Anaheim é tão grande que eu sabia que haviam músicos escondidos nos bancos. Por isso eu comece com as audições, para que músicos pudessem participar e preencher espaços vagos nas equipes.
No início eu relutei contra a idéia das audições, porque eu sabia que teria de dizer “não” a algumas pessoas. Mas sem as audições eu nunca teria descoberto quem eram os músicos, nem qual era o nível de habilidade deles.
Este pode ser algo delicado na vida de uma igreja, porque um de nossos valores é incluir a todos. Mas se vamos concentrar nossos melhores esforços em facilitar a adoração congregacional, significa que devemos usar os melhore músicos neste processo. (Habilidade musical não é o único critério na escolha dos músicos; um caráter trabalhado por Deus e compromisso com a visão da igreja também é muito importante.)Uma banda de louvor é diferente de um coral no seguinte sentido: Em um coral há espaço para praticamente todas as pessoas que possam cantar razoavelmente bem. Em uma banda há poucas vagas disponíveis. Organizar bandas múltiplas inclui mais pessoas, porém alguns requisitos básicos de habilidade com o instrumento deveriam ser alcançados por todos. Este padrão pode ser diferente, dependendo do tamanho da igreja e da qualidade dos músicos disponíveis.
Quando acrescento novos membros a minha equipe, eu sempre faço com que eles passem por um período de teste. Meu primeiro passo normalmente é convidá-los para preencher a vaga de alguém que esteja viajando. (Isto pode até substituir o processo de audição). Se tenho quase certeza de que alguém tem o perfil para estar na equipe, eu não faço uma aceitação permanente. Eu explico que eu ou ele teremos a possibilidade de optar pela sua saída depois de três meses. A razão para um desligamento assim, seria incompatibilidade musical ou de personalidade, ou a impossibilidade de cumprir os compromissos da equipe (chegar na hora certa para os ensaios etc...).

O PROBLEMA QUANDO ENFATIZAMOS DEMAIS AS HABILIDADES MUSICAIS

O propósito de tocarmos com arte é elevar o nível da adoração de toda a igreja. Mas para alguns , o desenvolvimento de seus talentos musicais torna-se o alvo final, e não um meio que vai levar a um bem comum.
Eu já cometi o erro de colocar tanta energia no ensaio, que acabei ficando muito ansioso e cansado para estar sensível e poder entender a liderança do Espírito. Em uma ocasião, eu estava liderando o louvor em uma conferência de pastores. Eu ensaiei com a banda as músicas que havia escolhido até sentir que estávamos prontos para fazermos uma boa apresentação. Depois de tocarmos a primeira canção, um pensamento veio a minha mente: “Talvez você deveria fazer algo diferente do que foi planejado.”
Eu não dei atenção o suficiente para aquele pensamento, para entender se era Deus que estava falando comigo, porque eu estava determinado a usar aquelas canções que havíamos ensaiado! Naquele curto momento eu não consegui entender que Deus queria que eu abandonasse meus planos.Agora eu realmente acredito que era Deus falando comigo, porque os pastores não estavam conseguindo se aprofundar na adoração. Eu creio que se tivesse mudado o curso das coisas, incluído as músicas mais antigas, eles teriam entrado na adoração mais facilmente.
CONCLUSÃOA primeira e mais importante coisa é que somos líderes de louvor e não artistas. Se Deus estiver dizendo para virarmos à direita, onde tínhamos planejado virar à esquerda, deveríamos ser rápidos em responder suas ordens. Ele sabe muito melhor que nós quais são as melhores músicas para os diferentes momentos do culto.
Andy Park é o Diretor da Escola de adoração da Vineyard. Pastor de adoração e artes da Igreja Vineyard de Anaheim, e também serve como líder de louvor Sênior.

(Traduzido com permissão do V. M. Brasil por Antonio M. Souza Junior)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Desenvolvendo uma equipe de louvor

por Andy Park

O texto a seguir é um resumo de um outro artigo maior escrito por Andy Park, intitulado: “A equipe de Louvor: Três Paradigmas.” Onde ele explica formas de se desenvolver uma equipe de louvor.

A importância e poder da música

Antes de decolarmos esta breve discussão sobre os diferentes elementos de uma equipe de louvor, e como desenvolvermos uma banda com qualidades, eu creio que é importante nos lembrarmos da importância e poder contidos na música.
Uma das razões porque devemos levar a sério nossa música, é que o mundo leva a sua música muito a sério. Estamos rodeados por música de excelente qualidade. Todo lugar onde vamos, ouvimos músicas feitas por profissionais, seja em um restaurante, um elevador, em nosso carro ou sala de televisão. Nós crescemos aprendendo a apreciar uma música bem tocada, e nós tocamos para pessoas que sabem reconhecer uma boa música quando a escutam.
Existe poder na música. Algumas canções têm a capacidade de quase nos transportar para uma realidade diferente, mesmo não sendo uma música Cristã. Porque todos nós temos a capacidade de nos lembrarmos, palavra por palavra, da letra de uma música que ouvimos a vários anos? Quando você acrescenta uma letra Cristã e o Espírito Santo a uma melodia, você está criando um poderoso pacote.
A música pode impactar as pessoas poderosamente, então temos que extrair o máximo disso. Talvez seja por isso que o salmista escreveu: “entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo” (Salmos 33:3 RA) e por isso, talvez Davi recrutou três líderes e uma equipe de louvor de 288 pessoas, e todos eram “instruídos no canto do SENHOR, todos eles mestres” (I CR 25:1-7). Davi entendeu o poder da música de adoração, quando tocada e cantada com arte.
Pense sobre isto na próxima vez que estiver ensaiando. Como você faria a preparação se fosse para apresentar-se diante do presidente, ou primeiro ministro, ou o rei de uma nação? Certamente você praticaria muito, porque gostaria de que tudo desse certo.
Muito bem, nós preparamos uma recepção para o Rei dos Reis pelo menos uma vez por semana. Nós lideramos reuniões que deveriam trazer honra para Ele e crescimento do Seu Reino em nossas vidas e em nossa comunidade. Nós oferecemos a Ele o melhor de tudo o que temos, incluindo nossa música. A qualidade de nossa música é uma declaração de que: “ Adorar a Deus é importante para nós e por isso vamos trabalhar duro e nos dedicarmos para soar o melhor possível.” Agora vamos voltar ao nosso assunto inicial, estabelecermos uma equipe de louvor de qualidade.

Começando do zero

Ninguém nunca me ensinou como liderar o louvor. Basicamente, eu não tinha a mínima idéia do que eu estava fazendo. Eu aprendi baseado em minha própria intuição e com o talento dos músicos que trabalhavam comigo, que me ajudaram a crescer em meu entendimento sobre como fazer arranjos. A necessidade de estar constantemente tentando e errando, transforma uma caminhada que já é lenta para ser percorrida, em algo ainda mais difícil. Gradualmente eu aprendi o básico do que cada instrumento deveria fazer, e uma linguagem correta que acompanha este processo. Através dos anos meus arranjos se tornaram um pouco melhores e mais limpos.
Por outro lado, teria sido ótimo receber algum tipo de treinamento, como os que são disponíveis hoje em dia. Mas eu também reconheço que aprendi fazendo. As vezes quando somos jogados no lado fundo da piscina, nos transformamos em grandes nadadores; certamente isto nos dá uma grande motivação para aprender!
Então não tenha medo de aprender fazendo, mesmo sabendo que os primeiros passos são lentos e assustadores. Você não vai chegar a lugar nenhum, a menos que dê um passo após o outro.

Não sinta-se intimidado

Poucos de nós seremos músicos profissionais de alto calibre. Enfrentamos um problema quando nos comparamos com aqueles que tem mais treinamento e habilidade. Resista a tentação de sentir-se desencorajado porque existe uma outra igreja na mesma rua que a sua, que tem uma ótima banda, e você não tem músicos com habilidade equivalente a deles. Seja feliz com o que Deus lhe deu, e com as pessoas que Ele colocou a seu redor no ministério da música. Deus concede dons e talentos de formas diferentes: “o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente.” (I Co 12:7-11)
Nós não podemos mudar nosso passado nem o nível de dons que recebemos, mas se investimos bem todos os talentos que temos, Deus ficará feliz e certamente receberemos uma grande recompensa no céu. Então faça valer seu tempo de ensaio, e utilize-se da melhor forma dos recursos disponíveis a você.Seja corajoso! Dê passos e assuma o risco, não seja guiado pelo medo de fracassar. Eu poderia encher livros com todos os erros que cometi. Mas uma coisa eu aprendi, que se nunca me aventuro em águas não mapeadas, eu não estou realmente confiando em Deus. Toque com todo seu coração e prepare-se para uma longa caminhada. Então você verá os frutos do seu trabalho.
continua na próxima postagem...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Religiosos apóiam resolução sobre a terminalidade da vida

Para dom Rafael Llano Cifuentes, presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, “a vida humana é um dom de Deus”.
“É algo sagrado, portanto, nós não podemos tirar nossas vidas. É algo que recebemos de forma gratuita e que não nos pertence. Temos que saber conservá-la. Contra a vida pode haver dois fenômenos trágicos: o suicídio e a eutanásia. A Igreja pensa que não é possível permitir a eutanásia, ou seja, a supressão da vida de pessoas doentes, deficientes ou moribundas. Tirar a vida das pessoas é algo inadmissível”.
No entanto, pondera: “É diferente a interrupção de procedimentos médicos onerosos, perigosos, extraordinários ou desproporcionais aos resultados esperados. A não- interrupção desses procedimentos pode ser legítima ‘obstinação terapêutica’. Para uma pessoa que está em estado terminal, o prolongamento artificial da vida pode ser interrompido. Não se quer desta maneira provocar a morte. Aceita-se não poder impedi-la. Ou seja, não se provoca a morte, mas sim deixa-se que ela chegue após se ter utilizado todos os meios ordinários para salvar a vida”. Ressalta, contudo, que “para tomar a decisão de retirar os mecanismos artificiais é preciso o consentimento do paciente ou daqueles que têm o direito legal de representá- lo”, conforme determina a resolução do CFM.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Louvor e Adoração:quem, quando, onde e como...continuação

...continuação
Responsabilidade

Já vimos que agora temos o privilégio de desenpenhar o sacerdócio levítico, implícito, uma vez que passamos a crer no Senhor Jesus. Com esse privilégio passamos a ter igualmente, responsabilidades. Podemos observar o quanto eram cobrados os levitas no Antigo Testamento (Nm 18:23). Se temos agora o sacerdócio levítico, significa que temos um trabalho a fazer e estamos comprometidos na obra de Deus. Saiba que, mesmo que não o tenham chamado expressamente para participar do grupo de louvor da sua igreja, ao crer em Jesus você se torna um levita automaticamente. Isso mesmo, um levita!


Quando Louvar e Adorar?

Em nossa vida secular trabalhamos diariamente, temos vários compromissos, nos dedicamos a família, vivemos com afazeres os mais diversos. Na maioria das igrejas não há cultos diários, e mesmo que haja, não são durante as vinte e quatro horas do dia para que possamos encontrar o melhor horário, ou aquele que seja adequado às nossas possibilidades, diante de nossa rotina secular diária.
Vimos anteriormente que o nosso corpo agora é o templo do Espírito Santo. Se vamos ao templo (igreja) para louvar e adorar, mais ainda o poderemos fazer uma vez que o templo é o nosso próprio corpo.
Deus é espírito, e como tal devemos adorá-Lo.
Durante os cultos que oferecemos à Deus quase sempre seguimos uma certa liturgia que, muitas vezes nos faz esquecer ou desconcentrar do verdadeiro motivo pelo qual estamos na casa de Deus. E durante essa liturgia que passa pela abertura com oração, quase invariavelmente de súplica por várias coisas, cânticos, anúncios, apresentações, ofertas, orações específicas, palavra e encerramento, muitos se distraem ou se cansam, principalmente os visitantes, deixando de se alimentar da Palavra de Deus e de adorá-lo.
Praticamente todos os itens anteriores são petições que fazemos à Deus e, teoricamente, apenas no momento dos louvores e das ofertas (não os dízimos), é que oferecemos algo à Deus. Isso parece ser muito pouco, e mais, muito aquém do que o nosso Deus merece. É claro que estamos sempre procurando melhorar, e graças à Deus por sua infinita misericórdia e por seu olhar de amor. Pois vemos o aparente, porém, Ele vê os nossos coração e nossas verdadeiras intenções. Sabe quando estamos vedadeiramente O adorando, mesmo que o façamos em condições físicas desfavoráveis, e mesmo que aparentemente não pareça à vista de todos. Glória à Deus por isso!!! Pois somente Deus pode saber o que está nos nossos corações, e saber que O estamos adorando em espírito e em verdade.
Quando louvar e adorar? Bem, eu diria que em todo o tempo.


Onde Louvar e Adorar?

Parece ser bem sujestivo que o local de louvor e adoração seja na igreja, na casa de Deus. Obviamente a igreja, casa de Deus, casa de oração, como diz na Palavra de Deus, é um local de louvor e adoração a Deus. Mas seria muito limitado o poder louvar e adorar somente na igreja.
Onde louvar e adorar a Deus?
Aparentemente, parece ser uma pergunta de resposta óbvia. Praticamente todos os cristãos diriam que o local para louvor e adoração à Deus é na igreja: no templo. Com certeza a igreja é um local para louvar e adorar à Deus, mas não é o único local. No meu entender, podemos louvar e adorar a Deus em qualquer lugar que estivermos, até mesmo naqueles lugares onde, teoricamente, não se louva à Deus, como por exemplo, no sambódromo. Uma obra arquitetônica feita exclusivamente para ser o palco da festa carnal mais popular da cidade do Rio de Janeiro, onde anualmente acontece o desfile de carnaval. Nesse mesmo lugar são realizados eventos evangélicos que, entre outras coisas, são para louvar e adorar à Deus.
Mesmo nos lugares mais simples e cotidianos, como em elevadores, metrô, ônibus, carro, escola, shopping etc, temos a oportunidade de louvar e adorar à Deus, pois como foi dito anteriormente, segundo a Palavra de Deus, o nosso corpo é templo do Espírito Santo, e como templo, é um local de adoração. Portanto, podemos afirmar que a todo momento, seja onde for, temos a oportunidade de louvar e adorar à Deus, pois somos templos ambulantes, e nós mesmos devemos louvar e adorar nesse templo.
Os nossos procedimentos, ações, reações devem ser motivo de louvor e adoração, assim como nossas palavras. Tudo que nosso corpo fizer deve ser motivo de louvor e adoração, pois do templo do Espírito Santo não devieria emanar o que não fosse para louvor e adoração à Deus.


Como Louvar e Adorar?

Quando temos que executar uma tarefa, um serviço ou mesmo uma simples ação como abrir um produto enlatado, seguimos algum tipo de método, norma, sequência... algum tipo de padão, para que tenhamos êxito.
Podemos observar nos Evangelhos que Jesus não usava a mesma metodologia, a mesma forma ou os mesmos critérios para fazer os milagres que fez. Ao homem da mão ressequida disse simplesmente: “...Estende a tua mão...” (Mt 12:13). Ao paralítico Jesus disse: “Levanta-te...” (Mt 9:6). Ao servo do centurião, nem mesmo pronunciou alguma palavra que ordenasse a sua cura (Mt 8:13).
Ao cego em Betsaida, Jesus aplicou saliva em seus olhos (Mc 8:23-25). Fica claro nessas passagens e em muitas outras, que Jesus não fazia os milagres sempre da mesma maneira, utilizando uma mesma metodologia, ritual ou norma.
E como devemos louvar e adorar a Deus?
Creio firmemente que não existe uma única forma de se louvar e adorar a Deus. É bem verdade que encontramos algumas passagens na Palavra de Deus que descreve como se fazia, se faz e se fará o louvor e a adoração. Um exemplo de como Deus descreva uma cena de adoração está em Ap 4:10-11. O ato de se prostrar diante de Deus é, diria eu, uma forma clásica de se adorar a Deus, e na passagem acima referenciada, podemos observar claramente essa postura.
Certamente Deus é dígno de toda adoração e de todo louvor, e a Ele pertence toda a glória e majestade, força e poder. Devemos adorá-lo e louvá-lo de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento. Mas podemos admitir que também não existe somente uma, ou duas ou três maneiras de adorar e louvar à Deus.
Isso seria uma limitação à nossa criatividade e singularidade. Deus nos fez únicos, e como tal temos nossas próprias expressões.
Podemos expressar nosso louvor e adoração à Deus de maneira diferentes, até mesmo extravagantes. Deus nos conhece e sabe se o que estamos fazendo é, verdadeiramente, para o Seu louvor e para Sua adoração.


Conclusão

Louvar e adorar à Deus é muito mais que simplesmente dizer certas palavra, fazer alguns gestos ou procedermos de uma maneira específica. O noss Deus nos fez seres inteligentes e criativos, nos deu a capacidade de nos expressarmos de maneira única muitas vezes, e por isso não consigo conceber um modelo para O louvar e O adorar. Penso que muitas vezes existe um pouco de esteriótipo em nossas atitudes e ações. Devemos apresentar e dar à Deus o que há de melhor em nós: nossa melhor adoração e o nosso melhor louvor. Creio firmemente que Deus se agrada disso, de oferecermos à Ele o que há de melhor em nós. Por fim, não devemos nos esquecer do bom censo, da ordem e da descência.
Deus nos abençoe!

Marco Tullio Azevedo Juric

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Louvor e Adoração:quem, quando, onde e como.

Marco Tullio Azevedo Juric

Introdução

No princípio criou Deus todas as coisas (Gn 1:1-25), e com o seu poder também nos criou (Gn 1:26) e nos deu fôlego de vida (Gn 2:7). Nos fez conforme sua semelhança, e para o seu louvor fomos criado. Não há outro igual ao nosso Deus! Deus onipotente, onipresente e onisciente. Na sua infinita grandeza, sabedoria e pré-ciência, sabe de todas as coisas que foram, que são e que serão pelos séculos dos séculos.
Falar sobre a grandeza de Deus não é tão difícil, pois em todas as coisas vemos a manifestação do poder de Deus, pois tudo existe por causa do seu poder. E mesmo assim, todos os adjetivos seriam ainda incapazes de traduzir tudo o que Deus é. Acho que somente quando estivermos junto à Ele, com nossos corpos transformados é que teremos a revelação completa do seu poder.
Enquanto aguardamos esse maravilhoso encontro com o nosso Deus, vivemos aqui na terra que Ele deu por herança aos filhos de Abraão. E não somente vivemos, mas, sobretudo, buscamos fazer a vontade do Pai, em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador, que uma vez tendo sido morto pelos nossos pecados, nos justificou na sua morte. E o seu sangue nos purificou de toda iniquidade. Hoje podemos ter acesso ao Pai por intermédio de Jesus. Não precisamos mais de um sacerdote que leve nossas ofertas e sacrifícios diante de Deus. A morte de Jesus na cruz foi o único sacrifício, e não haverá outro, que nos deu acesso direto ao Pai. No momento de sua morte o véu que separava o lugar santo do lugar santíssimo, como eraa divisão do tabernáculo, foi rasgado dando livre acesso àqueles que cressem na morte do Filho, e mais, na Sua ressurreição.
Esse livre acesso ao Pai significa que temos liberdade para nos aproximar d’Ele e, garantia de que Ele estará nos ouvindo:é um ato de fé.

Quem louva e quem adora?

Na longa peregrinação do povo Hebreu pelo deserto, após o êxodo do Egito pelo poder de Deus, através de Moisés e Arão, Deus deu as diretrizes para a construção do tabernáculo, lugar onde Deus habitaria. O tabernáculo era dividido em três partes a saber: átrio, lugar santo e lugar santíssimo, onde Deus habitava na figura da Arca, que ali ficava.
No átrio eram apresentados e oferecidos os sacrifícios pelos mais variados ecados. O povo tinha acesso ao átrio. No lugar santo eram apresentadas as ofertas. E também o povo juntamente com os levitas, e aqui entenda-se como tais, todas as classes de levitas e não somente os cantores e músicos, estavam presentes. Já no santíssimo, apenas o sumo sacerdote tinha acesso. Ele se apresentava à Deus, uma vez por ano, como o intercessor do povo junto. Isso era feito com uma corda amarrada à sua cintura, pois caso o sacerdote fosse consumido na presença de Deus por não estar purificado, poderia ser retirado, pois somennte o sumo sacerdote poderia se apresentar à Deus no santíssimo.

O louvor e a adoração à Deus eram duastarefas, dentre outras, exclusivas da tribo e Levi, que na divisão da terra prometida não recebeu herança de terra. A herança da tribo de Levi passou a ser os dízimos e as ofertas oferecidas à Deus no tabernáculo.

A tribo de Levi, Arão e seus filhos, foram separados por Deus para fazerem o serviço do tabernáculo, onde todo o trabalho era feito em turnos devidamente estabelecidos. Durante vinte e quatro horas por dia, sete dias na semana, os levitas se revezavam em turnos e equipes, previamente estabelecidos, para que o serviço, o louvor e a adoração não fossem interrompidos. Desta forma estava garantido todo o serviço do tabernáculo, sem interrupção.
No antigo testamento todos os dízimos e ofertas eram, por herança, da tribo de Levi (Nm 18:21-24).
Dessa parte os levitas separavam o dízimo dos dízimos (Nm 18:26), que era entregue ao Sumo Sacerdote. Essa era a porção e sustento dos sacerdotes na época do Antigo Testamento. Com a vinda de Jesus, seu ministério, seus mandamentoe e ensinamentos, essa divisão de cargos, turnos e tarefas dos levitas, não ficou bem definida, pois agora, o templo do Espirito Santo passou a ser o nosso próprio corpo (1 Co 3:16; 1 Co 6:19; Ef 2:20-22; 1 Pe 2:5). Podemos observar, claramente, no Novo Testamento os ministérios (dons) de apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestre. Também vemos as qualificações para bispos e diáconos (1 Tm 3:1-13). Porém não vemos expressamente a função de levita. Seria o caso de ter sido extinta a função dos levitas? Se não tinham herança de terra, de onde tirariam o seu sustento (Dt 12:19; Nm 18:21-24)?
Creio que essas perguntas só terão respostas se nos reportarmos ao contexto do Antigo Testamento, pois somente dentro de toda liturgia e cerimonial judaíco do Antigo Testamento, é que teremos condições de enquadrar os levitas. Mas isso já é um outro tema de pesquisa que demanda uma conduta investigativa e historiadora, o que não é, e nem pretende ser o presente trabalho.

Então a pergunta: Quem são os levitas da igreja primitiva e de hoje?

A resposta parece ser óbvia, porém devemos analisar sob, pelo menos, três aspectos:

1 - Os levitas com a responsabilidade de louvar e adorar com instrumentos e com vozes;

2 - Os levitas com a responsabilidade de fazer o trabalho do templo (físico);

3 - Os levitas espirituais.

Sob os dois primeiros aspectos, podemos identificar melhor aqueles que, a princípio, seriam os levitas da igreja de hoje: os músicos, cantores, porteiros, zeladores, faxineiros, operadores de som, eletricistas etc, em fim, todos aqueles que, traçando um paralelo com o tabernáculo do Antigo Testamento, trabalham no serviço do templo.
Mas a igreja (física) contemporânea, uma entidade jurídica por exigências legais, possui funcionários assalariados para exercerem várias das funções antes delegadas aos levitas. Mas esses aspectos legais, jurídicos e burocráticos não são
nossa preocupação agora. O que quero destacar é a complexidade da igreja contemporânea no que diz respeito ao serviço dos levitas. Hoje, levita é sinônimo de músicos e cantores, bem diferente do tempo do Antigo Testamento, e que, ao meu ver, o verdadeiro serviço e dever dos levitas de hoje deveriam ser mais elucidados por nossos líderes e pastores, principalmente, para os mais novos na fé, para que não se iludam com “propagandas enganosas”.

O terceiro aspecto reflete mais abrangentemente o levita de hoje, ou melhor, da igreja primitiva até hoje, o que veremos mais adiante.

Agora, o templo de Deus é o nosso corpo, se é que estamos em Cristo. E pelo sangue de Jesus temos pleno acesso, não somente ao lugar santo, mas ao santíssimo. E se é assim, o louvor e adoração estão muito mais ao nosso alcance. Se os levitas do Antigo Testamento eram as pessoas separadas para cuidar do serviço do templo, do louvor e da adoração, hoje, quem cuida do templo somos nós, digo do templo espiritual que é o nosso corpo (1 Co 3:16; 1 Co 6:19; Ef 2:20-
22; 1 Pe 2:5).
Diante dessa verdade contida na Palavra de Deus, podemos dizer que todos nós que cremos na morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, temos o sacerdócio levítico, pois além de termos acesso completo ao templo, o nosso próprio corpo é o tempo de Deus. Por isso é muito importante entendermos bem esse privilégio e responsabilidade.

Continua na próxima postagem...

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Fuja da camisa de força gospel

Marcão, vocalista da banda Fruto Sagrado (artigo publicado em agosto de 2004)


Li no mês passado um artigo assinado por Osmar Ludovico (pastor da Comunidade de Cristo, em Curitiba - PR) que me deixou extremamente feliz. Ele fez uma explanação sobre o cristão e a arte de forma inteligente, equilibrada e espiritualmente perfeita. Ludovico esclarece que a arte como expressão cultural e criativa pré-existe à criação do Universo porque foi Deus quem a criou. A natureza, a vida humana, os micro e macro organismos são obras-primas, resultado do gênio criador e artístico de Deus e que toda origem e fonte de arte, criatividade e a capacidade de apreciar o belo são concedidas por Ele a todos os seres humanos, independente do credo religioso.

O pastor afirma que dentro desta sociedade dominada pela razão egoísta e pelo dinheiro, qualquer artista passa a ser um profeta porque a arte toca o espírito do ser humano e, por isso, o poder da criação artística não pode ser utilizado apenas para fins comerciais, pois arte é muito mais que entretenimento, diversão, decoração ou parte de cerimônias e rituais. Segundo o líder (e eu concordo com ele com todas as forças), a arte, a criatividade, o esforço cultural e a apreciação do belo não necessitam de justificativas ou espiritualizações. Não existem dois mundos sobrepostos, o espiritual e o mundano, mas um só mundo, o real. Isto é, ou Cristo redimiu o homem todo ou então não redimiu nada. Ou todas as áreas da nossa vida se submetem ao senhorio de Cristo, ou nenhuma. Dividimos e dizemos: “isto é espiritual, isso é secular”. Essa cisão acaba por nos fazer aceitar a mediocridade na arte feita por cristãos, seja na pintura, teatro, dança, literatura e música comercializados e aceitos sem discernimento, só porque tem tema “espiritual”, mas cujo conteúdo artístico é pobre ou inexiste.

Ele continua afirmando que nós, cristãos evangélicos, colocamos uma camisa-de-força em nossos artistas. Exemplo: o músico tem que entrar para o coral da igreja ou para alguma gravadora evangélica e cantar só música “gospel”; o pintor só pode pintar “anjo”; o produtor de teatro só pode fazer peças evangélicas; o poeta só pode citar textos bíblicos; quem dança só pode inventar coreografias inocentes e somente dentro da igreja ou então dançar o folclore judaico. Durante o artigo, ele faz uma pergunta que é a mesma que faço há mais de 15 anos: “onde estão nossos eruditos populares e de vanguarda criando sem censura, com autenticidade, integridade e sem concessões comerciais?”

Em todos esses anos em que participo do Fruto Sagrado pude e ainda posso, infelizmente, constatar muitos artistas cristãos usando essa tal “camisa de força-gospel”, repetindo temas de forma pasteurizada, tentando lamentavelmente imitar nomes de expressão nacional ou internacional, sepultando o poder criativo dado por Deus, sem o menor constrangimento.
Os que não se conformam com esse “confinamento” são em sua maioria, marginalizados, renegados a guetos e a pequenas cavernas.

É no mínimo desagradável sofrer censura, ser rotulado, boicotado e por vezes desprezado por não atender as imposições comerciais pseudo-cristãs desse “mundo paralelo”, tão ou mais cruel e injusto que o “mundo normal”. Luto até hoje contra essa “arte evangélica gasosa”. Apesar do Fruto Sagrado ter lançado seis discos, lamento o rótulo imposto, que impede o nosso trabalho de extrapolar os muros eclesiásticos. Particularmente, no setor da música realizada por cristãos aqui no Brasil, vejo muitos se tornando obssecados com detalhes financeiros, a ponto de perderem de vista a arte, a criatividade e a tão proclamada “espiritualidade”.

Aonde chegaremos com tanto legalismo e distorções teológicas a respeito da arte? Será que em nosso atual “ambiente” ainda existe oxigênio criativo? Quantos observam estarrecidos a ditadura da mediocridade que impera em grande parte das livrarias, programas de TV, rádios, gravadoras e igrejas? Oro por uma reforma estética e ética, e que todos os nossos artistas cristãos tenham a opção de serem artistas, não só para o “mundo sacro”, mas também para a arte popular e contemporânea, livres para fazer arte com temas bíblicos ou com temas do cotidiano ligados a realidade, comum a todos os seres humanos, evangélicos ou não.

Como um artista cristão será sal e luz de forma plena, sendo agente transformador da sociedade onde vive se estiver confinado, amarrado literalmente a essa “camisa-de-força-gospel”? Meu sonho é um dia presenciar cristãos criando e atuando artisticamente em novelas, filmes, peças, apresentações musicais, livros, etc, assistidos por qualquer ser humano, independente do credo religioso, em qualquer mídia, livre de rótulos, censuras, preconceitos e inquisições impostas pela mentalidade vigente da “camisa-de-força”.

Que o único, e grande mecenas, o Senhor nosso Deus, criador da arte, da criatividade e do poder de apreciar o belo nos livre, no tempo de sua vontade, dessa “camisa-de-força-gospel” em que vivemos.


Que Deus nos abençoe! (grifos meus)

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

ESTOU CANSADO

Estou cansado!
Ricardo Gondim


Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.

Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.

Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.

Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.

Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento “científico” da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.

Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.

Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.

Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.

Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.

Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.

Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.

Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.

Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.

Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.

Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.

Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

Soli Deo Gloria. (A Deus somente a glória) (grifos meus)