terça-feira, 18 de março de 2008

Por que vamos à igreja?

Você já se perguntou sobre isso?
Já faz algum tempo que tenho sempre esse questionamento batendo à minha porta.
Mesmo já tendo aceitado Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador e estar congregando a mais de 17 anos na mesma denominação, e tendo como pastor um dos homens mais idôneos que já conheci; um verdadeiro mestre e servo de Deus, homem de conduta ímpar e exemplar, tenho tido esse questionamento, não no sentido de achar que alguém vai à igreja com outra intenção, mas sim como quem confronta no espelho o seu próprio rosto e não pode fugir da realidade estampada à sua frente. Sim, esse questionamento é primeiramente comigo, com as minhas intenções e motivações, pois não estou enganado de que a carne é fraca.
Praticamente durante todo o tempo que tenho estado na igreja, tenho trabalhado no grupo de louvor junto aos instrumentos. Amo música!
Dou graças a Deus por ter me concedido esse talento e mais ainda, pelo privilégio de servi-Lo também assim.
Agora, voltando ao tema, por várias vezes me vi disperso durante o culto. Quantas vezes estive distraído com tantas futilidades, conversas, brincadeiras e outras coisas, durante o culto... lamentável...
Quantas vezes tive vontade de estar na igreja porque iria tocar uma nova música que ensaiamos no dia anterior, e que eu fazia um solo e tal... vaidade... Por mais que houvesse sinceridade no meu coração com relação ao louvor e adoração a Deus, o desejo de tocar parecia ser mais forte.
Sinceramente, muitas vezes não dei a Deus o meu verdadeiro louvor e adoração.
Não quero ignorar que muitas vezes as vicissitudes da vida e as injustiças sofridas foram motivos de um esfriamento e mesmo de indolência.
Mas o que realmente me impacta é saber que temos um Deus tão maravilhoso e tão deixado em segundo plano. Sim, pois acho que na maioria das vezes O deixo em segundo plano. E não me envergonho de dizer, pois reconhecer um erro me faz estar alerta para não cometê-lo novamente.
Verdadeiramente creio que devemos ir à igreja pelo fato de que Deus é Deus e que devemos adorá-Lo; Deus maravilhoso, bondoso, amoroso, fiel, misericordioso, benigno, onipotente, onipresente, onisciente...
Não sei como expressar a grandiosidade de Deus. Creio que nem mesmo na Bíblia está a descrição exata e total da grandeza de Deus. Deus é tudo; a totalidade de tudo.
Fico imaginando nas quase infinitas variedades de ciências, saberes, tecnologias e tudo mais que a humanidade já alcançou. Fico imaginando se um ser humano fosse capaz de acumular todos esses conhecimentos. E se isso fosse possível, creio que nem mesmo chegaria aos pés do poder de um só anjo. Fico imaginando o quanto Deus é grandioso em tudo... E se não bastasse imaginar a grandiosidade de Deus, Ele ainda é Deus misericordioso, amoroso, bondoso, fiel, longânimo... Não existe nada comparável.
Pois bem, creio que devemos ir à igreja para agradecer, louvar, bendizer, glorificar, exaltar, adorar ao Deus eterno imortal; invisível, mas real. Ao Deus onipotente, onipresente e onisciente.
Para mim esses são os mais importantes motivos que devem me conduzir à igreja.
Deus seja louvado!!!

Marco Tullio

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Carta - Manifesto dos Jovens da Betesda

Carta que o Pr. Ricardo Gondim recebeu dos Jovens da Betesda de São Paulo.
"(Recebi dos Jovens da Betesda de São Paulo; como fui muito enriquecido, reparto com todos)."

Não temos medo de pensar. Temos medo de não amar.

Não temos medo de (re) pensar conceitos sobre Deus. Temos medo de não (re) amar como Cristo, quem na realidade não amamos: os mendigos, os pobres, os excluídos, os marginalizados, as crianças africanas, os homens e mulheres de Darfur.
Não temos medo de incertezas. Temos medo que nosso Amor deixe de ser nossa bandeira do Reino de Deus.
Não temos medo de não saber. Temos medo das certezas que prendem Deus a um esquema.
Não temos medo de questionar dogmas. Temos medo de que os dogmas impeçam a transformação de vidas.
Não temos medo do inferno. Temos medo de que nossas mãos se fechem, e não possam ajudar o nosso próximo a sair de sua existência-inferno. Ou pior, que as nossas próprias mãos sejam as quais o empurra para esta existência-inferno.
Não temos medo de devanear teorias loucas. Temos medo que a loucura desse mundo violento cegue nossos olhos a ponto de sempre que pararmos num farol, nesta cidade-sombria, fechemos nossos vidros para a sinceridade dos filhos da injustiça.
Não entendemos como problema sair do molde da teologia sistemática. Temos medo de sistematizar Deus e modela-lo a algum padrão.
Nós não temos medo de chorar por nós mesmos. Nós temos medo de que não mais choremos o choro dos outros.
Não sentimos culpas pelas nossas dúvidas. Mas pedimos que nos lembre sempre de amar como Cristo.
Não temos medo ter uma fé cheia de espelhos em enigmas e despedaçada, que não tem a precisão de uma fé "face a face". Temos medo de perder o que existe de mais precioso: Amar.
Não temos medo de balançar alicerces religiosos construídos por pensamentos humanos. Temos medo de perder a doçura e a simplicidade de Jesus.
Não temos medo de sermos rejeitados pela instituição. Temos medo da hipocrisia religiosa.
Não temos medo de sermos chamados de hereges. Temos medo de compactuar com o sistema religioso e seus interesses, e esquecermos de amar pessoas.
Não temos a pretensão que nossos argumentos tenham todos os versículos a favor, e assim entrarmos numa guerra de versículos. Temos medo que nós não cumpramos aquilo que Cristo chamou de o resumo da lei e dos profetas: Amar a Deus e ao próximo.
Não temos medo de nos manifestar a favor de alguém. Desde que esse alguém não se esqueça que o conceito central do cristianismo é o amor. Aprendemos que não podemos ficar presos às amarras da religião e da instituição.
Aprendemos que Deus está acima da religião.
Aprendemos que no Reino não importa o que se pensa, importa o que se ama.
Aprendemos a olhar pessoas como "filhos de Deus", e amá-las incondicionalmente.
Aprendemos que qualquer um que tenta abrir os olhos de pessoas encabrestadas pela religião, acaba sendo queimado na fogueira da instituição.
Estamos seguros que o Verdadeiro Amor lança fora todo medo, e por isso não temos medo de caminhar com alguém que nos ensina a lidar responsavelmente com a liberdade do amor.

Obrigado Pr. Ricardo Gondim,

Amamos a sua vida.

Jovens Betesda

Protestantismo Tupiniquim

Gedeon Alemcar
Capítulo VI (stou postando apenas um trecho deste capítulo)
Neopentecostalismo e sua Adequação Cultural


"Dia 8 de abril de 2001, domingo pela manhã, no Rio de Janeiro, 38 graus, fui ao culto na Catedral Mundial da Fé. Um grandioso prédio com ar condicionado, som ideal, berçário funcionando, estacionamento em perfeito uso, orientadores em todas as portas dando informações e facilitando lugares. A platéia, masculina e feminina, de bermuda, chinelo de dedos, camiseta cavada, dançando e recebendo a benção – um ambiente confortável e libertário. Na mesma manhã, peguei um táxi correndo e fui à Assembléia de Deus, sede do Ministério de São Cristóvão – era a Santa Ceia Geral onde todas as igrejas e ongregações do Ministério estavam reunidas. Casa lotada, todos os homens-obreiros de paletó e gravata, calor insuportável, e um desfile de avisos, cânticos de conjuntos, duetos, coral de senhoras, e palavras dos pastores – um ambiente austero e conservador. Poderia exemplificar também com as liturgias das igrejas tradicionais: enfadonhas, repetitivas e completamente distantes da informalidade brasileira. Neste país de “rito frouxo”, como bem sintetiza Holanda (1999:151), e com “aversão ao ritualismo”, toda nossa pretensão de liturgia é simulacro anglo-saxônico. Resultado: nem somos autênticos protestantes latinos, nem austeros britânicos reverentes.
Para um visitante de primeira viagem, qual reunião ele vai achar mais “confortável”, na hipótese de um retorno?
Nesse aspecto, o neopentecostalismo é expressão mais aculturada que já tivemos neste país. A Igreja Universal é paradigma da cultura do self-service religioso, do que Prandi chama de “religião paga” e prestação de serviço religioso (1995). E se ela e suas congêneres não chegam à “glorificação da cintura para baixo” (DaMatta), servem como legitimação. Como explicou o Pr. Wesley Bandeira, da Comunidade Sara a Nossa Terra:

As pessoas têm idéia de que ser evangélico é fazer muitos sacrifícios. Não há sacrifícios, é liberdade total. (...) A maior parte das igrejas prega, primeiro, a mudança de comportamento, depois promete o amor de Deus. Aqui, é o contrário, Deus está em primeiro lugar e recebe todo mundo. Até porque Jesus vivia rodeado de ladrões e prostitutas 101.

Sabonetes, perfumes, óleos, músicas, são todos vendidos como qualquer outro produto. Então, o culto, a oração, a benção, idem. A questão é que se o cliente/fiel não ficar plenamente satisfeito com o “produto”, não poderá se dizer ludibriado por “propaganda enganosa” e reclamar no Procon, Delegacia do Consumidor ou Conar. Então a criação de um “Procon Espiritual”, como sugeriu o historiador Ziel Machado, numa palestra no ICEC, seria uma boa providência.
Esta seria, então, a razão porque vips, ricos, famosos e emergentes estão aderindo? Já ouvi em um debate, alguém dizer que isto é marketing de artista em final de carreira para voltar à mídia com um “público de cabresto”. Aderir à “indústria do testemunho” é a forma mais simples (?) de encher as burras de dinheiro. Penso que, isto é um julgamento muito grave que eu não me atrevo a fazer. Mas não podemos escapar do conceito de “religião como espetáculo”. Tudo hoje é midiático e a vida é uma realidade imagética. Um reality show com diversas cenas. Portanto – Deus me perdoe a blasfêmia –, o culto, o testemunho são apenas algumas das cenas. O corpo, sadio e feliz, é fundamental para implementação do show. Perdão, do culto.
E como esta adequação da teologia do corpo não tem limites, há na praça um CD gospel chamado de “Bonde do Ungidão” uma paródia do Bonde do Tigrão. A música é igual, muda apenas a letra. Como ouvi apenas o CD, fiquei curioso para saber como as “popozudas” e os “tigrões”, devem fazer a coreografia “ungida”."

A igreja...

Richardson Halverson, capelão do Senado americano, disse:

No início, a igreja era um grupo de homens e mulheres centrados no Cristo vivo.
Então, a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia.
Depois, chegou até Roma e tornou-se uma instituição.

Em seguida, à Europa, e tornou-se uma cultura.
E finalmente, chegou à América, e tornou-se business.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Seja...

Ricardo Gondim.

Triste, mas não amargo.
Introspectivo, mas não solitário.
Crítico, mas não azedo.
Cético, mas não cínico.
Complicado, mas não intolerável.
Sincero, mas não inconveniente.
Veemente, mas não agressivo.
Alegre, mas não leviano.
Grave, mas não iracundo.

Soli Deo Gloria.