quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Um Por Todos, Todos por Um

Como Desenvolver Uma Eficiente Equipe de Louvor
por Monty Kelso

Um das características que distingue o moderno movimento de louvor e adoração ao redor do mundo são as equipes de louvor. A tendência para formar equipes está presente tanto em igrejas pequenas quanto grandes, em ambientes tradicionais ou avivados. Ken Blanchard define uma equipe de louvor assim: "Uma equipe é um grupo de pessoas mutuamente dependentes e comprometidas com um propósito comum, e que escolheram trabalhar juntas para alcançar resultados além do que cada um poderia alcançar sozinha." Por que formar e trabalhar em equipes? Equipes são uma modelo bíblico. Em Êxodo 18:13- 24 nós lemos o conselho que Jetro deu a Moisés para que ele procurasse outros que pudessem ajudá-lo a cumprir sua missão. Nós também não podemos fazer tudo sozinhos.
Jesus e os doze discípulos nos dão outro exemplo. Embora ele tivesse toda a força e poder a sua disposição, ele ainda precisou dos doze para serem parte do seu ministério. Quando nós tentamos fazer as coisas sozinho e não formamos equipes, o resultado final é um desgaste e falta de disposição de continuar, vencidos pelo cansaço. Muitos líderes de louvor derrubam seus próprios ministérios porque mantém tudo em torno de si mesmos e não estão dispostos a dividirem responsabilidades com uma equipe.
Nos primeiros anos de meu ministério, quando começamos na Igreja da Comunidade Coast Hills na Califórnia, no primeiro andar, eu não entendia o valor de uma equipe. Eu pensava que ser um líder significava trabalhar duro e ser responsável por tudo. Naquela época eu não entendia que minha meta como líder era ajudar a formar outros líderes e não ser um faz-tudo no ministério. Mas a partir do estudo das escrituras e de palestras de líderes mais amadurecidos, eu aprendi que meu papel não está em ficar à frente do ministério, mas identificar aqueles que podem ministrar e instrumentalizá-los para serem líderes efetivos. Hebreus 10:24-25 é uma de minhas passagens bíblicas favoritas: "Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima."

Características de Uma Equipe de Louvor Saudável

Como funciona uma boa equipe de louvor e como elas se parecem? Consideremos algumas características de equipes saudáveis.

1. Equipes saudáveis procuram resultados em equipe.
Não há nenhuma prima donna. Todos são essenciais para a boa eficiência da equipe. Cada membro da equipe é um contribuinte para o resultado final, e isso significa honrar e glorificar o nome de Deus. Fazendo assim, a equipe experimenta sinergia, uma situação na qual o produto final é maior que a soma das partes. A maneira como os gansos se formam quando voam é um bom exemplo de sinergia. Você sabia que quando os gansos voam em formação eles aumentam em 71% o alcance de vôo do que quando voam individualmente? Gansos entendem o valor de trabalho de equipe!

2. Equipes saudáveis são comprometidas com um propósito comum.
Seus membros têm visão, valores e metas comuns. Estas são as coisas que unem uma equipe. Um enfoque compartilhado com uma meta comum mantém uma equipe em sincronia e na mesma direção. Isto é fácil de esquecer quando se está no calor da atividade, por isso os líderes têm que lembrar constantemente ao grupo os propósitos comuns, ajudando-os a entender sua missão. Uma visão é aquilo que nossos olhos vêem antes de acontecer, e para o qual trabalhamos para que se torne realidade.

3. Equipes saudáveis compartilham responsabilidades pelo resultado final.
Isso é chamado interdependência; todos nós dependemos um do outro mas todos somos responsáveis para realizar nossas metas de forma coletiva. Cooperação é fundamental e a falta dela não deixará a equipe ser bem sucedida. A responsabilidade é pessoal e nos faz preocupados um com o outro quando há alguma falha no estilo de vida e na disciplina espiritual.

4. Amor e graça prevalecem em equipes saudáveis.
Nós temos que nos lembrar que somos pessoas em processo, longe da perfeição. A Bíblia nos ensina a amarmos uns aos outros e procurarmos os melhores interesses na outra pessoa. Significa que nós devemos perdoar um ao outro quando falhamos e cometemos erros. Amor e graça prevalecem em um ambiente no qual nós oramos uns pelos outros .

Como Tudo Começou
Quando nós começamos nosso ministério de louvor e adoração na Igreja em Coast Hills, nós aprendemos que há vários passos importantes para o desenvolvimento de equipes de adoração saudáveis.

1. Sempre seja claro.
Nós temos que nos perguntar, "O que nós queremos realizar?" Muitas vezes alcançar aquela visão que Deus lhe deu significa quebrar com o modelo pré definido de forma que as pessoas possam ver a equipe de louvor como algo novo, ao invés de apenas uma adaptação de um grupo já existente ou apenas um outro programa. Definindo uma equipe desta maneira, ajudamos aos outros a verem-na como algo especial. Naqueles primeiros dias em Coast Hills, nós fomos duros com a equipe para que expressassem sua autenticidade, propósito e excelência o que resultou em música que moveu os corações e mentes das pessoas.

2. Oriente os novos membros para a missão e os valores da equipe.
Nós descobrimos que quando novos membros chegavam para se filiar a equipe eles precisavam de ajuda para trabalhar as idéias preconcebidas que traziam. Nosso desafio maior eram os cantores e líderes de louvor com experiência prévia em outras igrejas. Nós percebemos que faltava dinamismo, originalidade estilística e habilidade para se conformar à equipe. Assim nossa orientação incluía ajuda para que desenvolvessem uma abordagem mais desenvolta e natural quando dirigiam a música. Nós nos apoiamos nos membros que possuíam a visão correta e expressavam a forma de louvar que nós estávamos procurando. Mas eles também tiveram que se dispor a treinar outros e eventualmente deixar que outros ocupassem seus lugares à medida que fossem evoluindo em suas capacidades.

3. Faça entrevistas antes das apresentações.
Eu dou para os novos membros que querem fazer parte da equipe, um questionário de liderança que me ajuda a conhece-los. Na entrevista explico que nós somos uma EQUIPE de louvor e adoração, e que eles precisarão cumprir algumas exigências para efetivamente contribuírem. Entre essas exigências estão ter um compromisso de fé, um estilo de vida e uma adequada situação familiar. Dessa forma, esses novos membros podem decidir se esta é a melhor atividade que eles podem fazer para servirem na igreja.

4. Tenha controle das apresentações.
Em uma apresentação nós podemos saber se os novos membros da equipe têm capacidade de contribuir de fato para a equipe. Assim, eu crio o ambiente certo para a apresentação. É preciso dar condições para que os novos membros sejam bem sucedidos, por isso é importante dar-lhes tudo o que for necessário para que eles façam o melhor. Eu normalmente incluo outros mais experientes na apresentação para deixar os novos mais seguros. Nós começamos com partes fáceis para que eles se sintam confortáveis, então aos poucos vamos orientando para uma performance mais maximizada. Dessa forma eu tenho certeza de que posso testar suas forças e limitações. Eu quero, ao mesmo tempo, encorajar e ser verdadeiro durante todo o processo de seleção, cuidando para não construir falsas esperanças.

5. Tome decisões mas não assuma compromissos.
Nós tentamos sempre elevar nossos padrões, particularmente com respeito a assuntos pessoais e estilo de vida, mas também com respeito a capacidade musical. Eu tento ser firme quando eu comunico nossos padrões. É mais importante ser específico sobre por que alguém não está qualificado e o que eles poderiam fazer para utilizar melhor seus talentos. Assim, sempre que nós podemos, nós oferecemos sugestões sobre outras áreas na igreja onde eles podem servir usando seus dons específicos.

Liderando uma Equipe de Louvor

Uma vez você formou uma equipe capaz de compartilhar a visão e o compromisso de liderança, todos deveriam entender a função dessa equipe, tanto a liderança da igreja quanto os próprios membros da equipe. Como líder de equipe, minha responsabilidade é fazer com que os membros da equipe usem bem o tempo que têm para servir e colocá-los no melhor lugar onde podem desenvolver suas habilidades. O propósito primário de nossa equipe é prover música para os cultos de fim de semana. Outras oportunidades podem surgir para a equipe realizar, mas nem todas elas preenchem o propósito principal da equipe.
Existem outros cinco importantes pontos que devem ser seguidos para liderar e manter eficiente uma equipe de louvor:

1. Estabeleça a forma que melhor cumpre a função de sua equipe.
Este item é de fundamental importância quando se fala em se comprometer em determinados horários e períodos. No início de meu ministério em Coast Hills, nós todos éramos ou recém casados ou solteiros. Nós ansiávamos por passar longo tempo juntos ensaiando. Tempo não era um problema. Mas agora nós estamos em uma fase diferente da vida, e nós precisamos fazer ajustes. Assim, por exemplo, houve uma época em que nós tivemos três equipes vocais diferentes. Agora, com menor disponibilidade de tempo nós achamos melhor formar um pool e colocar os cantores em rodízio no qual eles ensaiam nas semanas em que vão cantar. Para não perder a comunhão da equipe, eu programo encontros uma vez por mês para revisar uma música nova, discutir os principais compromissos que temos pela frente ou simplesmente nos divertirmos.

2. Identifique os líderes.
Parte de minha responsabilidade como líder de equipe é desenvolver outros líderes que continuarão o trabalho e compartilharão a responsabilidade de liderar outros, continuamente. Assim eu preciso conhecer bem as pessoas, entender seu caráter, seu desenvolvimento espiritual, suas paixões, seus talentos. Para isso eu passo algum tempo com eles em grupos pequenos. Assim, eu cuido e invisto neles como líderes. Em nosso ministério eu trabalho através de "pessoas chaves" que dirigem outros grupos auxiliares como instrumentistas, equipes de teatro e de coreografia.

3. Mantenha o objetivo bem claro.
Para manter uma equipe avançando, o líder precisa subir no helicóptero e, do alto, dizer às tropas no solo o que está à frente. Eu tenho que constantemente reforçar por que nossa equipe faz o que faz e como isto ajuda a igreja como um todo. Uma maneira de fazer isto é ter certeza de que eles estão vendo o fruto do seu ministério. Nós compartilhamos cartas e comentários que recebemos das pessoas. Nós também precisamos mantê-los bem informados sobre futuras oportunidades e desafios, assim eles começam a ver além da rotina de semana a semana.

4. Crie um lugar onde se possa desenvolver a comunhão.
Faça reuniões mensais ou bimensais onde as pessoas possam estar juntas, sem tarefas a serem cumpridas, apenas para sentirem que são um grupo. Nosso retiro anual que dura um fim de semana é um dos destaques de nossa atividade. Nós também visitamos outras igrejas e assistimos palestras para ter novas idéias e ver outras equipes atuando.

5. Cuide de sua equipe.
Um líder eficiente preocupa-se com as pessoas tanto quanto com as tarefas. Eu preciso ter certeza de que eu tenho tempo para estar com cada membro da equipe um a um. Eu quero conhece-los para além do que eles fazem quando estão em equipe, saber o que eles são como indivíduos. Eu envio muitas notas de agradecimento para meus companheiros de equipe para que eles saibam que eu reconheço a contribuição deles e, freqüentemente, eu os convido para almoçar para conhece-los melhor.

Para Terminar
Conforme o tempo passava em meu ministério eu descobri que eu precisava deixar minha zona de conforto e assumir efetivamente a função de líder de uma equipe de louvor, criando equipes e formando novos líderes. Isto não veio naturalmente para mim, mas as recompensas foram gratificantes. Eu passei a ter mais tempo para desenvolver meus próprios dons de produzir e ensinar, como também focar em outras coisas importantes como o tempo gasto com minha família. Ainda hoje é, às vezes, uma luta, mas na maior parte das vezes eu evito ser atropelado pelo excesso de afazeres e pelas urgências, e mantenho o foco no objetivo principal da equipe e na missão de nossas várias equipes do ministério de louvor. Ensinando e instrumentalizando outros para continuar a liderança, eu posso realizar mais com menos energia e posso desfrutar meu tempo de trabalho.

Monty Kelso é o Diretor de Comunicações Criativas na Comunidade de Coast Hills em Aliso Viejo, Califórnia, e participa do grupo de louvor Maranatha! Singers e Maranatha! Praise Band. Este artigo é uma adaptação de uma palestra constante do Workshop de Líderes de Louvor.

sábado, 3 de novembro de 2007

13 de julho - Dia Internacional do Rock

Juliana Dias





"Ao diabo só foi dada a paternidade da mentira", Marcão - Fruto Sagrado

Dia 13 de julho é comemorado o Dia Internacional do Rock, que completa 50 anos em 2004, sendo um dos gêneros musicais mais polêmicos do planeta. No Brasil, ele chegou por volta dos anos 50 e 60 e, a partir da década de 80, os evangélicos começaram a escrever a história do rock gospel. Sob o estigma do diabo ser o "Pai do Rock”, o estilo esteve fora da Igreja por muito tempo, enquanto explodia do lado de fora, arrebatando multidões. O slogan “Sexo, drogas e rock’n roll” representava o desejo de liberdade da juventude inspirada em Woodstock. Mas por outro lado, jovens cristãos se opuseram a esta condição e usaram a música para imprimir mensagens evangelísticas, que traziam questionamentos sobre a fé, vida, valores, princípios morais e espirituais. Entre as canções que marcaram esta época estão “Palácios” (Rebanhão) e “Extra, Extra” (da banda Katsbasrnéia). O som pesado dos metais trouxe uma contribuição significativa para a música cristã, o evangelismo e o comportamento dos jovens.

"É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude", Jean Carlos - Oficina G3

A geração da década de 90 continuou o movimento liderado pelas bandas Oficina G3 (SP) e Fruto Sagrado (RJ), que emplacaram no cenário gospel e conquistaram a juventude evangélica. Para Marcão (foto), vocalista do FS, o rock trouxe uma nova alternativa tanto para as composições como para a execução de antigas músicas congregacionais; e também mais descontração na liturgia do louvor, ajudando a libertar alguns grupos daqueles padrões engessados e definidos como sacros. Segundo ele, à medida que o rock foi sendo utilizado em retiros, acampamentos e trabalhos evangelísticos, a igreja foi agregando hábitos como bater palmas e dançar, além de utilizar instrumentos como guitarra e bateria. Jean Carlos(foto), tecladista do Oficina, concorda com Marcão e acrescenta: “É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude. Essa inquietação foi importante para os jovens”. Para o tecladista, o rock é uma arma para falar do que ele acredita usando seu talento musical. O roqueiro PG, que prepara seu primeiro CD solo, diz que sempre viu o estilo como mais um ritmo para adorar ao Senhor. Ele completa dizendo que os jovens são atraídos pela espontaneidade do rock, e as igrejas têm compreendido que é uma forma de aproximá-los de Deus.
"As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor", PG

O comprometimento com Deus, o talento e o profissionalismo desses roqueiros de Cristo, que já estão na estrada há mais de 15 anos, tem influenciado jovens a formarem suas bandas e, assim, continuarem abrindo caminho para o rock gospel. “Eles fazem rock de qualidade com harmonia e arranjos. É bom que jovens e adolescentes se interessem para influenciarem outros com a mensagem impactante do Evangelho", encoraja Jean. Para os iniciantes, Marcão dá o seu recado: “Não negociem os princípios da Palavra de Deus; se esmerem enquanto músicos, tendo como prioridade o estudo da Bíblia; sejam autênticos, criativos, utilizando influências sem imitá-las; tenham conhecimento amplo de diversos assuntos para fugirem do óbvio, do lugar comum, das letras medíocres!; retenham de tudo, apenas o que for bom; não se iludam com os holofotes, com o falso glamour do palco, do assédio e dos elogios. É possível ganhar o mundo, vender muito CD, ficar famoso e perder a alma mesmo estando "dentro" da igreja ou num "show-gospel". Por isso, não percam Jesus do foco, do alvo, do tom”, aconselha. Já PG (foto), recorre à tradução da expressão rock’n roll – pedras rolando – para explicar a importância do gênero: “As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor. Fazemos rock com liberdade, responsabilidade e autoridade na Palavra de Deus”, finaliza. Parabéns ao roqueiros que têm firmado a sua adoração na rocha, que é Jesus e impactado sua geração com o poder do Evangelho.


12/07/2004