sábado, 3 de novembro de 2007

13 de julho - Dia Internacional do Rock

Juliana Dias





"Ao diabo só foi dada a paternidade da mentira", Marcão - Fruto Sagrado

Dia 13 de julho é comemorado o Dia Internacional do Rock, que completa 50 anos em 2004, sendo um dos gêneros musicais mais polêmicos do planeta. No Brasil, ele chegou por volta dos anos 50 e 60 e, a partir da década de 80, os evangélicos começaram a escrever a história do rock gospel. Sob o estigma do diabo ser o "Pai do Rock”, o estilo esteve fora da Igreja por muito tempo, enquanto explodia do lado de fora, arrebatando multidões. O slogan “Sexo, drogas e rock’n roll” representava o desejo de liberdade da juventude inspirada em Woodstock. Mas por outro lado, jovens cristãos se opuseram a esta condição e usaram a música para imprimir mensagens evangelísticas, que traziam questionamentos sobre a fé, vida, valores, princípios morais e espirituais. Entre as canções que marcaram esta época estão “Palácios” (Rebanhão) e “Extra, Extra” (da banda Katsbasrnéia). O som pesado dos metais trouxe uma contribuição significativa para a música cristã, o evangelismo e o comportamento dos jovens.

"É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude", Jean Carlos - Oficina G3

A geração da década de 90 continuou o movimento liderado pelas bandas Oficina G3 (SP) e Fruto Sagrado (RJ), que emplacaram no cenário gospel e conquistaram a juventude evangélica. Para Marcão (foto), vocalista do FS, o rock trouxe uma nova alternativa tanto para as composições como para a execução de antigas músicas congregacionais; e também mais descontração na liturgia do louvor, ajudando a libertar alguns grupos daqueles padrões engessados e definidos como sacros. Segundo ele, à medida que o rock foi sendo utilizado em retiros, acampamentos e trabalhos evangelísticos, a igreja foi agregando hábitos como bater palmas e dançar, além de utilizar instrumentos como guitarra e bateria. Jean Carlos(foto), tecladista do Oficina, concorda com Marcão e acrescenta: “É um ritmo que levanta a adrenalina e gera atitude. Essa inquietação foi importante para os jovens”. Para o tecladista, o rock é uma arma para falar do que ele acredita usando seu talento musical. O roqueiro PG, que prepara seu primeiro CD solo, diz que sempre viu o estilo como mais um ritmo para adorar ao Senhor. Ele completa dizendo que os jovens são atraídos pela espontaneidade do rock, e as igrejas têm compreendido que é uma forma de aproximá-los de Deus.
"As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor", PG

O comprometimento com Deus, o talento e o profissionalismo desses roqueiros de Cristo, que já estão na estrada há mais de 15 anos, tem influenciado jovens a formarem suas bandas e, assim, continuarem abrindo caminho para o rock gospel. “Eles fazem rock de qualidade com harmonia e arranjos. É bom que jovens e adolescentes se interessem para influenciarem outros com a mensagem impactante do Evangelho", encoraja Jean. Para os iniciantes, Marcão dá o seu recado: “Não negociem os princípios da Palavra de Deus; se esmerem enquanto músicos, tendo como prioridade o estudo da Bíblia; sejam autênticos, criativos, utilizando influências sem imitá-las; tenham conhecimento amplo de diversos assuntos para fugirem do óbvio, do lugar comum, das letras medíocres!; retenham de tudo, apenas o que for bom; não se iludam com os holofotes, com o falso glamour do palco, do assédio e dos elogios. É possível ganhar o mundo, vender muito CD, ficar famoso e perder a alma mesmo estando "dentro" da igreja ou num "show-gospel". Por isso, não percam Jesus do foco, do alvo, do tom”, aconselha. Já PG (foto), recorre à tradução da expressão rock’n roll – pedras rolando – para explicar a importância do gênero: “As pedras rolam, mas para esmagar a cabeça do diabo, como rolo compressor. Fazemos rock com liberdade, responsabilidade e autoridade na Palavra de Deus”, finaliza. Parabéns ao roqueiros que têm firmado a sua adoração na rocha, que é Jesus e impactado sua geração com o poder do Evangelho.


12/07/2004

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